Thursday, June 07, 2007

Morte e Saúde



Oxycontin






Em entrevista ao canal de televisão E!, Michael Lohan, pai de Lindsay, disse que sua filha é viciada em várias drogas, incluindo álcool e o analgésico Oxycontin.
Consumir oxicodona, que é vendida em farmácias de forma controlada, está na moda entre a juventude americana de classe alta. Mas o analgésico tem efeitos parecidos ao do ópio e se consumido com freqüência pode viciar rapidamente
Crianças e adultos com câncer, graves lesões traumáticas, dores em afecções reumatológicas, fibromialgia e outras, têm sua vida cerceada, tamanha sua intensidade.
Nos EUA a fabricante Purdue Pharma, desenvolveu e colocou no mercado o analgésico derivado do ópio, OxyContin. Muito mais potente que a morfina e outros opiáceos como o Percodan, Demerol...
No OxyContin foram reduzidos os efeitos colaterais, como o ressecamento intestinal, problemas urinários, enjôos, boca seca e vômitos que apresentavam seus antecessores.
Infelizmente, diversos avanços farmacológicos que têm o intuito de abrandar o sofrimento de milhares de pessoas, acabam com má fama por causa do seu mau uso por parte de pessoas inidôneas visando o lucro fácil, ilícito e também pelos que deturpam a nobre finalidade inicial, utilizando medicamentos que são bálsamos das dores do corpo para aplacar as dores da alma. O ser humano, geralmente, sente dificuldade em distinguir entre a dor física e psíquica.
Todas as drogas que são objeto de abuso nos EUA, têm merecido a devida atenção por parte das autoridades, da mídia, enfim, de toda comunidade, mas o OxyContin, além da atenção, tem gerado inúmeras polêmicas.
O FDA (órgão que controla medicamentos nos EUA) aprovou o OxyContin em 1995 para tratar a dor persistente moderada e severa, e só pode ser adquirido mediante receita médica. A droga foi projetada para ao ser ingerida ir liberando lentamente o ingrediente ativo, oxycodone, num período de 12 horas.
O abuso do OxyContin começou nos estados de Kentucky, Virgínia e Maine, conhecida como "hililbilly o heroin" (heroína do pobre), por ser uma droga relativamente barata (não que seja barata, se tornou mais accessível porque lá os planos de saúde cobrem) e se espalhou pelo resto do país. Os usuários recreacionais trituram os comprimidos e, inalam; misturam à água e injetam na corrente sanguínea; bebem, misturado ao álcool ou em combinação com outras drogas. Usado de formas diferentes à recomendada pelos médicos aos pacientes, o oxycodone proporciona um "barato" euforizante a quem o consome.
Sendo o OxyContin um analgésico e ao ser esmagado e consumido, faz liberar pela corrente sanguínea de uma pessoa sadia de uma só vez, uma quantidade de opiáceo muito mais forte que a heroína e que em um doente seria liberado lentamente. Claro que os casos de overdoses estão assustando os americanos.
A overdose dessa droga produz depressão respiratória, sonolência, coma, flacidez dos músculos, pele fria, confusão, pupilas pequenas, bradicardia, hipotensão. A overdose severa pode conduzir à apnéia, ao colapso circulatório e à morte.
Apenas na Flórida, nos primeiros seis meses de 2001, foram registrados 243 casos de overdose.
A disparada em busca do OxyContin para recreação provocou um número de assalto a farmácias, para roubar a droga, sem precedentes. Somente em Massachusets 37 farmácias foram roubadas. Isso está criando dificuldade para os pacientes que dependem da droga para minorar seu sofrimento, pois muitas farmácias deixaram de manter o medicamento em seus estoques temendo pela vida dos clientes e funcionários.
A papoula é uma linda flor e a partir dela são produzidos remédios para amenizar a dor, mas é também uma flor ambígua. Da mesma forma que embeleza os olhos e alivia dores, não perdoa quem dela abuse e o preço é a vida.
Diga Não a Morte e Sim a Vida

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