Monday, September 11, 2006

As Drogas e a Gravidez






A maioria das mulheres grávidas faz uso de algum tipo de droga (medicamento ou drogas lícitas ou ilícitas). Os Centers for Disease Control and Prevention e a Organização Mundial da Saúde estimam que mais de 90% das mulheres grávidas fazem uso de medicamentos controlados ou de venda livre, drogas sociais (p.ex., tabaco e álcool) ou drogas ilícitas.
Os medicamentos e as drogas são responsáveis por 2 a 3% de todos os defeitos congênitos. A maioria dos outros defeitos congênitos tem causa hereditária, ambiental ou desconhecida. As drogas passam da mãe para o feto sobretudo basicamente através da placenta, a mesma via utilizada percorrida pelos nutrientes para o crescimento e desenvolvimento do feto.
Na placenta, as drogas e os nutrientes presentes no sangue da mãe atravessam uma membrana fina, a qual separa o sangue da mãe do sangue do feto. As drogas que uma mulher utiliza durante a gravidez podem afetar o feto de várias maneiras: • Atuando diretamente sobre o feto, causando lesão, desenvolvimento anormal ou morte • Alterando a função da placenta, geralmente contraindo os vasos sangüíneos e reduzindo a troca de oxigênio e nutrientes entre o feto e a mãe • Causando contração forçada da musculatura uterina, lesando indiretamente o feto através da redução de seu suprimento sangüíneo.
Como as Drogas Atravessam a Placenta
Na placenta, o sangue materno passa pelo espaço (espaço interviloso) que envolve os vilos (projeções diminutas) que contêm os vasos sangüíneos do feto. O sangue materno que se encontra no espaço interviloso é separado do sangue do feto que se encontra nos vilos pela membrana placentária (uma membrana fina). As drogas presentes no sangue da mãe podem atravessar essa membrana, passando para os vasos sangüíneos dos vilos e passam através do cordão umbilical até o feto.
O modo como uma droga afeta o feto depende do estágio de desenvolvimento deste e da potência e da dose da droga. Certas substâncias utilizadas no início da gestação (antes do 17º dia após a fertilização) podem atuar baseadas na lei do tudo ou nada, seja matando o feto ou não o afetando em absoluto. Durante esse estágio, o feto é altamente resistente aos defeitos congênitos.
Contudo, ele é particularmente vulnerável a esses defeitos entre o 17º e 57º dia após a fertilização, quando seus órgãos estão se desenvolvendo. As drogas que atingem o feto durante esse estágio podem causar aborto espontâneo, um defeito congênito evidente ou um defeito permanente mas sutil (o qual é percebido mais tarde) ou podem não causar qualquer efeito perceptível.
É improvável que as drogas utilizadas após o término do desenvolvimento dos órgãos causem defeitos congênitos evidentes, mas elas podem alterar o crescimento e a função de órgãos e tecidos formados normalmente.
Drogas Antineoplásicas
Como os tecidos do feto crescem com rapidez, as suas células que se multiplicam rapidamente são muito vulneráveis às drogas antineoplásicas (drogas utilizadas no tratamento de cânceres). Muitas dessas drogas são teratogênicas, isto é, causam defeitos congênitos (p.ex., retardo do crescimento intra-uterino, subdesenvolvimento da mandíbula, fenda palatina, desenvolvimento anormal dos ossos do crânio, defeitos da coluna vertebral, defeitos do ouvido, pé torto e retardo mental). Algumas drogas antineoplásicas causam defeitos congênitos em animais, mas ainda não foi demonstrado que elas os provoquem no ser humano.
Talidomida
Esta droga não é mais prescrita para as mulheres grávidas porque ela causa defeitos congênitos importantes. A talidomida foi introduzida pela primeira vez na Europa, em 1956, como um medicamento contra a gripe e como sedativo. Em 1962, verificou-se que quando a talidomida era utilizada por mulheres grávidas quando os órgãos do feto encontravam-se em desenvolvimento, ela causava defeitos congênitos (p.ex., hipodesenvolvimento severo dos membros superiores e inferiores e defeitos intestinais, cardíacos e vasculares).
Tratamentos da Pele
A isotretinoína, utilizada para tratar a acne grave, a psoríase e outros distúrbios cutâneos, causa defeitos congênitos graves. Entre os mais importantes encontram-se os defeitos cardíacos, orelhas pequenas e a hidrocefalia (acúmulo de líquido no cérebro). O risco de defeitos congênitos é de aproximadamente 25%. O etretinato, uma outra droga utilizada no tratamento de distúrbios cutâneos, também causa defeitos congênitos no ser humano.
Como esta droga é armazenada na gordura subcutânea (localizada abaixo da pele) e é liberada lentamente, ela pode causar defeitos congênitos durante 6 meses ou mais após a mulher suspender o seu uso. Por essa razão, as mulheres que fazem uso desta droga são aconselhadas a aguardar pelo menos 1 anos antes de engravidar.
Hormônios Sexuais
Os hormônios androgênicos (masculinizantes) utilizados para tratar vários distúrbios sangüíneos, assim como as progestinas sintéticas utilizadas durante as 12 primeiras semanas após a fertilização podem causar masculinização da genitália do feto do sexo feminino. Pode ocorrer aumento do clitóris (uma pequena protrusão análoga ao pênis do homem), uma condição permanente (a não ser que seja corrigida cirurgicamente). Também pode ocorrer fusão dos pequenos lábios, que circundam os orifícios da vagina e da uretra.
Os contraceptivos orais não contêm uma quantidade suficiente de progestina para produzir esses efeitos. O dietilestilbestrol, um estrogênio sintético, pode causar câncer de vagina em meninas adolescentes cujas mães fizeram uso desta droga durante a gestação. Posteriormente, essas meninas podem apresentar uma cavidade uterina anormal, distúrbios menstruais, um colo do útero incompetente (o qual pode causar abortos espontâneos) e um aumento do risco de gravidez ectópica, de gerar um natimorto e de morte neonatal. Os meninos expostos ao dietilstilbestrol durante a vida fetal apresentam anomalias do pênis.
Meclizina
A meclizina, freqüentemente utilizada para combater o enjôo de viagem, a náusea e o vômito, causa defeitos congênitos em animais, mas esses mesmos efeitos não foram observados no ser humano.
Categorias de Segurança das Drogas Durante a Gravidez Segundo a FDA ( Food and Drug Administration)
Categoria

Descrição
A


Os estudos em seres humanos não demonstraram qualquer risco.
B

Os estudos em animais não demonstraram qualquer risco, mas não existem estudos em seres humanos, ou os estudos em animais revelaram riscos, mas os estudos em seres humanos, não.
C

Não foram realizados estudos em animais nem em seres humanos ou os estudos em animais revelaram risco, mas não existem estudos disponíveis realizados em seres humanos.
D

Os estudos em seres humanos revelaram riscos, mas o uso pode ser justificado em alguns casos (risco de vida ou doença grave para a qual não existe uma droga mais segura).
X

A droga jamais deve ser utilizada durante a gravidez; os riscos humanos conhecidos suplantam qualquer benefício.

Drogas Anticonvulsivantes
Quando utilizadas durante a gravidez, algumas drogas anticonvulsivantes podem produzir fenda palatina ou desenvolvimento anormal do coração, da face, do crânio, das mãos ou dos órgãos abdominais. O concepto também pode apresentar retardo mental. Sobretudo dois anticonvulsivantes podem causar defeitos congênitos: a trimetadiona (com um risco de aproximadamente 70%) e o ácido valpróico (com um risco de aproximadamente1%).
Acredita-se que a carbamazepina, um outro anticonvulsivante, causa um número significativo de defeitos congênitos de pequena importância. Foi atribuída ao anticonvulsivante fenitoína a responsabilidade de diversos defeitos congênitos, mas foram observados defeitos similares em filhos de mulheres epilépticas que não faziam uso de anticonvulsivantes. Os recém-nascidos expostos à fenitoína e ao fenobarbital (um barbitúrico e também anticonvulsivante) antes do nascimento podem apresentar sangramento fácil porque essas drogas podem causar uma deficiência de vitamina K, a qual é necessária para a coagulação.
Este efeito colateral pode ser evitado quando a mulher grávida faz uso da vitamina K oral logo após o parto. Durante a gestação, as mulheres epilépticas devem utilizar a dose mínima eficaz de anticonvulsivantes e devem ser rigorosamente controladas. As mulheres epilépticas, mesmo quando não utilizam drogas anticonvulsivantes durante a gravidez, apresentam uma maior probabilidade de gerarem conceptos com defeitos congênitos que as mulheres que não sofrem de epilepsia.
O risco é maior para as gestantes que apresentam crises convulsivas freqüentes e graves ou complicações da gravidez e nas mulheres que pertencem a grupos sócio-econômicos baixos, uma vez que elas tendem a receber uma atenção médica inadequada.
Vacinas
Exceto em circunstâncias especiais, as vacinas produzidas a partir de vírus vivo não são administradas a mulheres que estão ou podem estar grávidas. A vacina contra a rubéola (uma vacina de vírus vivo) pode causar infecção tanto na placenta como no feto em desenvolvimento. As vacinas de vírus vivo (p.ex., sarampo, caxumba, pólio, varicela e febre amarela) e outras vacinas (p.ex., cólera, hepatites A e B, gripe, peste bubônica, raiva, tétano, difteria e febre tifóide) são administradas à gestante apenas quando ela apresenta um risco significativo de contrair uma infecção por um desses microrganismos.
Drogas para a Tireóide
O iodo radioativo administrado a uma gestante para tratar o hipertireoidismo (hiperatividade da tireóide) pode atravessar a placenta e destruir a tireóide do feto. Além disso, ele pode causar um hipotireoidismo (hipoatividade da tireóide) grave. O propiltiouracil e o metimazol, drogas também utilizadas para tratar o hipertireoidismo, atravessam a placenta e podem causar um aumento anormal da tireóide do feto. Quando necessário, o propil-tiouracil é geralmente utilizado porque ele é melhor tolerado tanto pela mulher como pelo feto.
Hipoglicemiantes Orais
Os hipoglicemiantes orais são administrados para reduzir a concentração de açúcar (glicose) no sangue de indivíduos diabéticos. No entanto, eles freqüentemente não conseguem controlar o diabetes em mulheres grávidas e podem acarretar hipoglicemia (concentração baixa de açúcar no sangue) no recém-nascido. Por essa razão, a insulina é preferida para tratar o diabetes da mulher grávida.
Narcóticos e Antiinflamatórios Não Esteróides
Quando utilizados por gestantes, os narcóticos e os antiinflamatórios não esteróides (AINEs), como a aspirina, podem chegar ao feto em quantidades significativas. Os conceptos de mulheres com adição a narcóticos também podem tornar-se adidos antes do nascimento e podem apresentar sintomas de abstinência 6 a 8 dias após o nascimento.
O uso de doses elevadas de aspirina ou de outros AINEs durante a gravidez pode retardar o início do trabalho de parto e também pode acarretar no feto, antes do nascimento, o fechamento do canal arterial (ductus arteriosus), o conduto que conecta a aorta (a grande artéria que conduz o sangue para todo o organismo) à artéria pulmonar (a artéria que conduz o sangue para os pulmões).
Esta conexão normalmente fecha imediatamente após o nascimento. A oclusão antes do nascimento força o sangue a fluir através dos pulmões, os quais ainda não expandiram, sobrecarregando o sistema circulatório fetal. Quando utilizadas na gestação avançada, os antiinflamatórios não esteróides podem reduzir o volume de líquido amniótico (o líquido que envolve o feto em desenvolvimento, contido na bolsa amniótica), um efeito potencialmente perigoso.
O uso de doses elevadas de aspirina pode causar problemas de sangramento na mãe ou no recém-nascido. A aspirina ou outros salicilatos podem aumentar a concentração de bilirrubina no sangue do feto, causando icterícia e, ocasionalmente, lesão cerebral.
Ansiolíticos e Antidepressivos
Os ansiolíticos (medicamentos utilizados para tratar a ansiedade) podem causar defeitos congênitos quando utilizados durante os três primeiros meses de gestação, embora isto não tenha sido comprovado. O uso da maioria dos antidepressivos durante a gravidez parece ser relativamente seguro, mas o lítio pode causar defeitos congênitos, sobretudo cardíacos. Quando utilizados por uma mulher grávida, os barbitúricos (p.ex., fenobarbital) tendem a reduzir a discreta icterícia normalmente apresentada pelos recém-nascidos.
Antibióticos
Quando utilizados durante a gravidez, os antibióticos podem causar problemas. Os antibióticos do grupo das tetraciclinas atravessam a placenta e são armazenados nos ossos e nos dentes do feto, onde eles combinam-se com o cálcio. Como resultado, o crescimento ósseo pode ser lento, os dentes do concepto podem adquirir uma coloração amarela permanente e o esmalte dentário pode ser mole e anormalmente suscetível a cáries.
O risco de anomalias dentárias é maior a partir da metade até o final da gestação. Como existem vários antibióticos alternativos seguros, as tetraciclinas devem ser evitadas durante a gravidez. Antibióticos como a estreptomicina ou a kanamicina quando utilizados durante a gravidez podem causar lesão do ouvido interno do feto, podendo acarretar surdez. O cloranfenicol não prejudica o feto, mas ele pode causar uma doença grave no recém-nascido denominada síndrome cinzenta (ou do bebê cinza).
A ciprofloxacina não deve ser utilizada durante a gravidez, pois foi demonstrado que ela causa anomalias em animais. As penicilinas parecem ser seguras. Quando utilizados no final da gestação, a maioria dos antibióticos que contêm sulfonamidas pode causar icterícia no recém-nascido, a qual pode produzir lesão cerebral. No entanto, a probabilidade disto ocorrer é muito menor quando a sulfasalazina (também um antibiótico do grupo das sulfonamidas) é utilizada.
Anticoagulantes
O feto em desenvolvimento é extremamente sensível ao warfarin, uma droga anticoagulante. Até um quarto dos recém-nascidos expostos à droga durante os 3 primeiros meses de gestação apresenta defeitos congênitos importantes. Além disso, tanto a mãe como o feto podem apresentar sangramentos anormais. Quando uma mulher grávida apresenta risco de formar coágulos sangüíneos, a heparina é uma opção muito mais segura.
Contudo, o seu uso prolongado durante a gravidez pode acarretar uma contagem plaquetária baixa na mãe (as plaquetas são partículas semelhantes a células que ajudam o sangue a coagular) ou a osteoporose (rarefação óssea).
Drogas para os Distúrbios Cardíacos e Vasculares
Algumas mulheres necessitam dessas drogas durante a gestação para tratar distúrbios crônicos ou que se manifestaram durante a gravidez, como a pré-eclâmpsia (hipertensão arterial, proteinúria [presença de proteínas na urina] e edema [retenção líquida] durante a gravidez) e a eclâmpsia (crises convulsivas decorrentes da pré-eclâmpsia).
As drogas utilizadas para reduzir a pressão arterial elevada, freqüentemente prescritas para as mulheres grávidas com préeclâmpsia ou eclâmpsia, afetam a função da placenta e são administradas com muita cautela para se evitar que causem problemas ao feto. Em geral, esses problemas são decorrentes da redução muito rápida da pressão arterial da gestante, a qual reduz significativamente o fluxo sangüíneo para a placenta.
Os inibidores da enzima conversora da angiotensina e os diuréticos tiazídicos quase sempre são evitados durante a gravidez, pois eles podem causar graves problemas ao feto. A digoxina, utilizada no tratamento da insuficiência cardíaca e de algumas arritmias cardíacas (distúrbios do ritmo cardíaco), atravessa imediatamente a placenta.
No entanto, ela geralmente tem pouco efeito sobre o concepto, antes ou após o nascimento. Algumas drogas (p.ex., nitrofurantoína, vitamina K, sulfonamidas e cloranfenicol) podem causar a ruptura dos eritrócitos nas gestantes e nos fetos que apresentam deficiênncia de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), um distúrbio hereditário que afeta as membranas dos eritrócitos. Por essa razão, essas drogas não são prescritas para as mulheres que apresentam este distúrbio.
Drogas Utilizadas Durante o Trabalho de Parto
Os anestésicos locais, os narcóticos e outros analgésicos geralmente atravessam a placenta e podem afetar o recém-nascido (p.ex., enfraquecendo o seu impulso para respirar). Por essa razão, quando é necessária a utilização de drogas durante o trabalho de parto, elas são administradas em doses mínimas efetivas e preferivelmente o mais tarde possível, o que diminui a probabilidade delas atingirem o feto antes do nascimento.
Drogas Sociais e Ilícitas
O tabagismo durante a gravidez pode ser prejudicial. Ao nascimento, o peso médio dos filhos de mães que fizeram uso do tabaco durante a gravidez é aproximadamente 170 gramas inferior aos filhos de mulheres não tabagistas. Os abortos espontâneos, a ocorrência de conceptos natimortos, os nascimentos prematuros e a síndrome da morte súbita do lactente são mais comuns entre os conceptos de mulheres que fazem uso do tabaco durante a gestação.
O consumo de álcool durante a gravidez pode causar defeitos congênitos. Os filhos de mulheres que consomem quantidades excessivas de álcool durante a gravidez podem apresentar a síndrome do alcoolismo fetal. Eles são pequenos, freqüentemente com microcefalia (cabeça pequena), anomalias faciais e deficiência mental limítrofe. Menos comumente, eles apresentam anomalias articulares e defeitos cardíacos.
Eles não desenvolvem normalmente e apresentam maior probabilidade de morrer logo após o nascimento. Como a quantidade de álcool necessária para causar esta síndrome é desconhecida, as mulheres grávidas são aconselhadas a se abster do consumo de álcool.
Existem controvérsias em relação à cafeína prejudicar o feto. Vários estudos sugerem que o consumo de mais de 7 ou 8 xícaras de café por dia pode aumentar o risco de ocorrência de conceptos natimorto, prematuros, com baixo peso ao nascimento ou de abortos espontâneos. No entanto, esses estudos foram comprometidos pelo fato de muitas das mulheres que consumiam café também eram tabagistas.
Um estudo subseqüente, o qual levou o tabagismo em consideração, concluiu que os problemas eram causados pelo tabaco e não pela cafeína. Não está claro se o consumo excessivo de café durante a gravidez afeta o recém-nascido. O uso do aspartame, um adoçante artificial, durante a gravidez parece seguro quando ele é consumido como adoçante dietético na quantidade recomendada.
O uso de cocaína durante a gestação aumenta o risco de aborto espontâneo; o descolamento precoce da placenta (abruptio placentae); defeitos congênitos do cérebro, dos rins e dos órgãos genitais; e os recém-nascidos podem apresentar um comportamento menos interativo. Não existem evidências conclusivas de que a marijuana (maconha) causa defeitos congênitos ou interfere no crescimento e no desenvolvimento do feto. Contudo, estudos sugerem que o consumo exagerado de marijuana durante a gestação pode acarretar um comportamento anormal nos recém-nascidos.

Fonte: Manual MERCK

Sunday, September 10, 2006

Devedor da Graça


Durante 17 anos de minha vida fui um dependente das drogas. Estive preso em mais de 60 cadeias e fui internado em 10 hospitais psiquiátricos, passando cinco anos aproximadamente de minha juventude preso nestes depósitos de doentes mentais.
Em 1965, conheci a maconha por influência dos Beatles e em 1969 através do festival de Woodstock, na contra-cultura sexo, drogas e rock and roll, tornei-me um viciado nas drogas em geral.
No início dos anos de 1970, o LSD, a maconha, os estimulantes, o álcool eram um imperativo em minha vida. Meu corpo clamava por novas experiências e na estrada sem destino aplicava em meu organismo chás de cogumelos, xaropes com codeína, substâncias depressoras como algafã em minhas veias, moderadores de apetite, cola de sapateiro, eter, kilene, tira mancha e outras drogas que alguém dissesse ter algum efeito especial.Alucinado, procurava de todas as maneiras encontrar respostas para os meus probelamas familiares e pessoais. Vendia oque tinha e roubava dos meus pais aquilo que eles mais gostavam para vender e comprar um pouquinho de felicidade, "As Drogas".Mas a felicidade que me vendiam era uma ilusão! O efeito passava e a angústia e a aflição aumentavam em meu ser.Tudo era vazio e frio.
As cadeias eram escuras e a lei era severa. Fui espancado, torturado e colocado a ferros tal era a minha loucura. Nos hospitais fui uma cobaia humana. Experiências com drogas como o aldol, anetensol, fernegam, diempax, neozine, akineton, deixavam-me em estado de choque.Na camisa de força era paralisada a minha loucura mas em minha mente o inferno era uma realidade.Meus ídolos e amigos começavam a morrer por doses excessivas, suicídio, assassinados e por doenças. Caem para a direita e para a esquerda.A morte seguia meus passos dia após dia.
Jimmy Hendrix é encontrado morto afogado no seu próprio vómito por uso de drogas.
Janis Joplin é achada morta por overdose.
Brian Epstain empresário dos Beatles morto pelas drogas.
Meu querido amigo Hugo, filho de um famoso empresário de Curitiba, no dia 24 de dezembro de 1973, tira a sua vida, dando um tiro em sua cabeça, por uso de drogas.No dia 31 de dezembro de 1973, na Igreja Santa Terezinha, recebo das mãos de sua prima, na missa de sétimo dia, o pequeno folder com a foto do meu amigo morto pelas drogas.
Cláudia Lessin Rodrigues é encontrada morta dentro de uma mala num precipício no Rio de Janeiro, por participar de um embalo de drogas.
Elis Regina morre por uso de coaína.
Meu amigo Cícero, de motocicleta, morre esmagado pelas rodas de um caminhão quando estava sob o efeito das drogas.
Oscar é assassinado com 50 facadas.
Edu morre na roleta russa por uso de drogas.
Tadeu dá um tiro na barriga e morre por causa das drogas.
Miltinho é encontrado morto em sua casa de praia por álccol e drogas.
Tell dá um tiro no ouvido.
Elvis presley morre sufocado no carpet do banheiro de sua mansão por excesso de drogas.
Minha vida não vale nada. Sou um farrapo humano.Sou uma vergonha para os meus pais. Na sargeta bebendo e fumando maconha sou um lixo para a sociedade.Nada mais fazia sentido!Tudo era vazio e correr atrás do vento. O suicídio era o último recurso.Tentei matar-me por várias vezes e na última tentativa tive os meus pés esmagados pelas rodas de um carro. Quando a polícia chegou, encontraram-me com os bolsos cheios de maconha, alcoolizado e agonizando no chão da amargura. Levantaram-me e obrigaram-me a andar a base de socos e cacetadas com os meus pés quebrados.
No hospital a notícia da morte de John Lennon, no Central Park, em New York, assassinado com quatro tiros por um jovem viciado em LSD.A droga que Lennon pregou o matou.O Sonho Acabou! John Lennon esta morto. O mundo psicodélico, a paz e o amor. O Submarino Amarelo.Diga não à guerra.Imagine!Cantava ele.
Entretanto, o seu protesto com as drogas o mataram e eu naquele hospital me perguntava a mim mesmo, e agora?Para onde eu vou?Minha vida! Que vida!Sou um doente.Estou morrendo…No dia seguinte, em minha casa, recebo a visita de duas missionárias, que me presentearam com dois livros intitulados"A Cruz e o Punhal", do pastor David Wilkerson e "Foge Nick, Foge", do próprio Nick Cruz. O testemunho deste dois homens e autores deste livros, sobre as Boas Novas em Cristo Jesus, acenderam uma luz no fundo do túnel. Uma vela se acendia na escuridão de minha vida. Fiquei impressionado com a transformação da vida de jovens piores do que eu através do conhecimento do filho de Deus, Jesus Cristo.Jesus Cristo que eu conhecia apenas com ídolo-mor do movimento hippie, era agora, através deste livros, apresentado-me como uma pessoa viva e que Nele residia a plenitude da Divindade.
Fui então, encaminhado por um pastor americano, chamado Geraldo Steel, ao Programa de Recuperação Nova Vida -"CRENVI", que por sua vez, através do pastor Lori Massolin, encaminhou-me ao Desafio Jovem de Brasília. Ali, durante um ano, lí pela primeira vez as Sagradas Escrituras (Bíblia), e entendi o plano de Deus para a minha vida e aceitei o Senhor Jesus como meu salvador e libertador.
Aprendi que se alguém esta em Cristo Jesus é nova criatura e a coisas velhas se passaram e tudo se fez novo. Entendi que Jesus é o caminho, e a verdade e a vida e que ninguém vai ao Pai se não por Ele. O preço pago pela minha recuperação e salvação foi um preço muito alto:"Foi o preço do sangue do Filho de Deus derramado por mim naquela cruz".Salomão no livro de Eclesiastes 3:2 diz: "…há tempo de plantar e tempo de colher o que se palntou".
Embora hoje vitorioso sei, que durante dezessete anos de minha vida não plantei nada de bom, nada construí de válido para mim , minha família (meus pais, que Deus os tenha), para meu irmãozinho Ivam Rogério (que Deus o tenha) e para a minha sociedade, sei que essses anos representam um vazio para minha vida. Avalio oque perdi (papai, mamãe, meu irmão e meus amigos) pela felicidade que sinto hoje na convivência com minha nova família (Lili minha espôsa querida, Marina a filha abençoada e o Lucas o filho amado) que Deus na sua imensa bondade concedeu a filho perdido que foi achado, depois de meu arrependimento e recuperação, em Cristo Jesus.
Hoje sinto-me um devedor da graça que recebi e transmito o meu testemunho à sociedade na esperança de que, com ajuda de Deus e da sociedade, juntamente com minha família, possa educar os jovens e afastá-los deste mal que tanto me prejudicou e tem destruído a obra perfeita de Deus, "A FAMÍLIA".
OBRIGADO SENHOR JESUS
SERGIO JOSÉ DE ABREU

1812: A GUERRA DO CÂNHAMO

O Cânhamo já foi o maior negócio do mundo. Sua fibra movia os navios do planeta e toda a economia mundial dependia dos produtos extraídos da planta da maconha. A Rússia fornecia 80% do cânhamo usado no Ocidente e era a melhor fabricante de velas, cordas e redes para a navegação. A Grâ-Bretanha comprava 90% de seu cânhamo naval da Rússia. A cada dois anos, um navio precisava substituir de 50 a 100 toneladas de velame e cordame de cânhamo. Não havia substitutos eficientes - as velas de linho, por exemplo, apodreciam em três meses ou menos, devido à salinidade do ar.
1803 a 1814 Temendo que a Revolução Francesa se espalhasse, a armada britânica bloqueia os portos da França. Em 1807, Napoleão e o czar Alexandre assinamo o Tratado de Tilset, para impedir que o cânhamo chegasse à Grã-Bretanha, destruindo assim sua Marinha. 1807 a 1814 A Inglaterra declara que qualquer navio que comercializar com Napoleão será considerado inimigo. Cargueiros americanos são arrestados e suas tripulações "recrutadas" para contrabandear cânhamo russo para a Armada Real. Napoleão exige que o czar permia a presença de tropas francesas em Kronstadt, para que o tratado seja cumprido. O czar diz "não" e, em 1810, Napoleão arma um exército para invadir a Rússia. 1811 a 1812 A Inglaterra, de novo aliada comercial da Rússia, continua impedindo os navios americanos de negociar com o resto da Europa. Napoleão marcha para Moscou mas é derrotado pelo rigoroso inverno. 1812 a 1815 A Inglaterra encontra-se mal de finanças e em dezembro de 1814 a paz com os EUA é assinada. A Inglaterra derrota Napoleão em 18 de junho de 1815 em Waterloo.
DERIVADOS DA CANNABIS
Sementes As sementes de maconha produzem óleo para alimentação, lubrificação e combústivel, além de tintas e vernizes. As sementes são uma excelente fonte de proteína, com as quais se podem fazer sopas e mingaus.

Folhagem A maconha é usada para aliviar dores e stress e no tratamento de doenças como glaucoma, asma e náuseas provocadas pela quimioterapia.
As folhas e flores são fumadas com objetivos religiosos e recreativos.
Caule Depois de seco, o caule é quebrado e separado em duas partes: fibra e polpa. Com a fibra se fazem tecidos para roupas, cortinas, tapetes etc.
O que sobra do talo é uma polpa com 77% de celul9ose, que pode ser transformada em papel, tinta, materiais para construção, plásticos, carvão, metanol e óleo diesel. O papel de cânhamo é mais fácil e barato de ser feito, não se desgasta com o uso e dura de 50 a 100 vezes mais do que os outros. Raízes Por serem mais profundas, as raízes ajudam a segurar e a revigorar o solo, controlando a erosão.
Fonte: The emperor wears no clothes, de Jack Herer

Saturday, September 09, 2006

Guerra do Ópio


A GUERRA DO ÓPIO (1839-1842)

Em meados do século XIX a Inglaterra era a potência européia mais desenvolvida. Por isso exigia, para a colocação de seus produtos, mercados cada vez maiores. A China e a Índia, extremamente populosas, exerciam forte atração sobre os mercadores ingleses. Mas enquanto a Índia comerciava abertamente, a China não demonstrava interesse algum pelas mercadorias européias. Os produtos chineses, tais como a seda, o chá e a porcelana alcançavam bons preços na Europa, mas os produtos europeus não conseguiam entrar no mercado chinês.Esse comércio era pouco rendoso para a Inglaterra. Apenas um produto interessava particularmente aos chineses: o ópio, narcótico extraído da papoula, que produz efeito adormecedor sobre cérebro. Os ingleses cultivavam o ópio na Índia e vendia-o em grandes quantidades na China. Com o abuso do consumo do ópio, o governo chinês proibiu tal comércio, que até então era a principal fonte de lucro para a Inglaterra na região. Logo, o tráfico ilegal da droga tomou proporções alarmantes, forçando o imperador chinês a combatê-lo energicamente.O estopim da guerra foi o assassinato de um súdito chinês por marinheiros ingleses embriagados. O comissário imperial ordenou a expulsão de todos os ingleses de Cantão, cidade onde era mais forte o contrabando do ópio. Era o fim das esperanças da expansão comercial. Imediatamente a Inglaterra respondeu com o bombardeamento de Cantão, em 1939. Os modestos juncos chineses, barcos movidos à vela, não podiam oferecer grande resistência à frota inglesa. As forças britânicas tomaram pontos importantes da costa chinesa, incluindo Hong Kong e Xangai, ameaçando Pequim. Vendo-se praticamente derrotados, os chineses assinam, em 1942, o Tratado de Nanquim, dando fim à guerra.De acordo com o tratado, cinco portos chineses importantes foram abertos aos ingleses. Garantindo o direito de comércio em cada porto estaria constantemente ancorada uma belonave britânica. A China foi obrigada a pagar indenização pelo ópio inutilizado e a ceder a ilha de Hong Kong, que então ficou sob o domínio da Inglaterra até julho de 1997.

Ópio e seus derivados



ÓPIO e MORFINA
( PAPOULA DO ORIENTE, OPIÁCEOS, OPIÓIDES )


Definição e histórico

Muitas substâncias com grande atividade farmacológica podem ser extraídas de uma planta chamada Papaver somniferum, conhecida popularmente com o nome de papoula do oriente. Ao se fazer cortes na cápsula da papoula, quando ainda verde, obtém-se um suco leitoso, o ópio (a palavra ópio em grego quer dizer suco).
Quando seco este suco passa a se chamar pó de ópio. Nele existem várias substâncias com grande atividade. A mais conhecida é a morfina, palavra que vem do deus da mitologia grega Morfeu, o deus dos sonhos.
Pelo próprio segundo nome da planta somniferum, de sono, e do nome morfina, de sonho, já dá para fazer uma idéia da ação do ópio e da morfina no homem: são depressores do sistema nervoso central, isto é, fazem nosso cérebro funcionar mais devagar. Mas o ópio ainda contém mais substâncias sendo que a codeína é também bastante conhecida. Ainda, é possível obter-se outra substância, a heróina, ao se fazer pequena modificação química na fórmula da morfina. A heróina é então uma substância semi-sintética (ou semi-natural).
Estas substâncias todas são chamadas de drogas opiáceas ou simplesmente opiáceos, ou seja, oriundas do ópio; podem ser opiáceos naturais quando não sofrem nenhuma modificação (morfina, codeína) ou opiáceos semi-sintéticos quando são resultantes de modificações parciais das substâncias naturais (como é o caso da heroína).
Mas o ser humano foi capaz de imitar a natureza fabricando em laboratórios várias substâncias com ação semelhante a dos opiáceos: a meperidina, o propoxifeno, a metadona são alguns exemplos. Estas substâncias totalmente sintéticas são chamadas de opióides (isto é, semelhantes aos opiáceos).
Estas substâncias todas são colocadas em comprimidos ou ampolas, tornando-se então medicamentos. A tabela ao lado dá exemplos de alguns destes medicamentos.

Tabela — Nome de alguns medicamentos vendidos no Brasil contendo drogas tipo ópio (naturais ou sintéticos) nas suas formulações (segundo Dicionário de Especialidades Farmacêuticas — DEF 1990/91).

Opiáceo ou Opióide
Indicação de uso médico
Nomes comerciais dos medicamentos
Preparações farmacêuticas
Naturais:Morfina
Analgésico
Morfina
Ampolas; comprimidos
Pó de ópio
Anti-diarréico; Analgésico
Tintura de ópio; Elixir Paregórico; Elixir de Dover
Tintura alcoólica
Codeína
Antitussígeno; Analgésico
Belacodid; Belpar; Codelasa; Gotas Binelli; Naquinto; Setux; Tussaveto; Tussodina; Tylex; Pastilhas Veabon; Pastilhas Warton; Benzotiol
Gotas; comprimidos; supositórios
Sintéticos:Meperidina ou Petidina
Analgésico
Dolantina: Demerol; Meperidina
Ampola; comprimidos
Propoxífeno
Analgésico
Algafan®; Doloxene A; Febutil; Previum Compositum; Femidol
Ampolas; comprimidos
Fentanil
Analgésico
Fentanil; Inoval
Ampolas
Semi-Sintético:Heróina
Proibido o uso médico


Metadona
Tratamento de dependentes de morfina e heróina
Não existe no Brasil

Zipeprol*
Antitussígeno
Eritós; Nantux; Silentós; Tussiflex
Gotas; xaropes; supositórios
* A classificação do Zipeprol como uma substância com ação de opiáceo foi recente. A intoxicação com esta substância pode com freqüência vir acompanhada de convulsões.
Efeitos no cérebro
Todas as drogas tipo opiáceo ou opióide têm basicamente os mesmos efeitos no SNC: diminuem a sua atividade. As diferença ocorrem mais num sentido quantitativo, isto é, são mais ou menos eficientes em produzir os mesmos efeitos; tudo fica ent!ão sendo principalmente uma questão de dose. Assim temos que todas essas drogas produzem uma analgesia e uma hipnose (aumentam o sono): daí receberam também o nome de narcóticos que significa exatamente as drogas capazes de preduzir estes dois efeitos: sono e diminuição da dor. Recebem também por isto o nome de drogas hipnoanalgésicas. Agora, para algumas drogas a dose necessária para este efeito é pequena, ou seja, elas são bastante potentes como, por exemplo, a morfina e a heroína; outras, por sua vez, necessitam doses 5 a 10 vezes maiores para produzir os mesmos efeitos como a codeína e a meperidina.
Algumas drogas podem ter também uma ação mais específica, por exemplo, de deprimir os acessos de tosse. É por esta razão que a codeína é tão usada como antitussígeno, ou seja, é muito boa para diminuir a tosse. Outras têm a característica de levarem a uma dependência mais facilmente que as outras; daí serem muito perigosas como é o caso da heroína.
Além de deprimir os centros da dor, da tosse e da vigília (o que causa sono) todas estas drogas em doses um pouco maior que a terapêutica acabam também por deprimir outras regi!ões do nosso cérebro como por exemplo os que controlam a respiração, os batimentos do coração e a pressão do sangue. Como será visto, isto é muito importante quando se analisa os efeitos tóxicos que elas produzem.
Via de regra as pessoas que usam estas substâncias sem indicação médica, ou seja, abusam das mesmas, procuram efeitos característicos de uma depressão geral do nosso cérebro: um estado de torpor, como que isolamento das realidades do mundo, uma calmaria onde realidade e fantasia se misturam, sonhar acordado, um estado sem sofrimento, o afeto meio embotado e sem paixões. Enfim, um fugir das sensações que são a essência mesma do viver: sofrimento e prazer que se alternam e se constituem em nossa vida psíquica plena.
Efeitos no resto do corpo


As pessoas sob ação dos narcóticos apresentam uma contração acentuada da pupila dos olhos ("menina dos olhos"): ela às vezes chega a ficar do tamanho da cabeça de um alfinete. Há também uma paralisia do estômago e a pessoa sente-se empachada, com o estômago cheio como se não fosse capaz de fazer a digestão. Os intestinos também ficam paralisados e como conseqüência a pessoa que abusa destas substâncias geralmente apresenta forte prisão de ventre. É baseado neste efeito que os opiáceos são utilizados para combater as diarréias, ou seja, são usados terapeuticamente como antidiarréicos.
Efeitos tóxicos
Os narcóticos sendo usados através de injeções dentro das veias, ou em doses maiores por via oral, podem causar grande depressão respiratória e cardíaca. A pessoa perde a consciência, fica de cor meio azulada porque a respiração muito fraca quase não mais oxigena o sangue e a pressão arterial cai a ponto de o sangue não mais circular direito: é o estado de coma que se não for atendido pode levar à morte. Literalmente centenas ou mesmo milhares de pessoas morrem todo ano na Europa e Estados Unidos intoxicadas por heroína ou morfina. Além disso, como muitas vezes este uso é feito por injeção, com freqüência os dependentes acabam também por pegar infecções como hepatites e mesmo aids. Aqui no Brasil, uma destas drogas tem sido utilizada com alguma freqüência por injeção venosa: é propoxifeno (principalmente o Algafan®). Acontece que esta substância é muito irritante para as veias, que se inflamam e chegam a ficar obstruídas. Existem vários casos de pessoas com sérios problemas de circulação nos braços por causa disto. Há mesmo descriçao de amputação deste membro devido ao uso crônico de Algafan®.
Outro problema com estas drogas é a facilidade com que elas levam à dependência, ficando as mesmas como o centro da vida das vítimas. E quando estes dependentes, por qualquer motivo, param de tomar a droga, ocorre um violento e doloroso processo de abstinência, com náuseas e vômitos, diarréia, câimbras musculares, cólicas intestinais, lacrimejamento, corrimento nasal, etc, que pode durar até 8-12 dias.
Além do mais o organismo humano se torna tolerante a todas estas drogas narcóticas. Ou seja, como o dependente destas não mais consegue se equilibrar sem sentir os seus efeitos ele precisa tomar cada vez doses maiores, se enredando cada vez mais em dificuldades, pois para adquirí-la é preciso cada vez mais dinheiro.
Para se ter uma idéia de como os médicos temem os efeitos tóxicos destas drogas basta dizer que eles relutam muito em receitar a morfina (e outros narcóticos) para cancerosos, que geralmente têm dores extremamente fortes. E assim milhares de doentes de câncer padecem de um sofrimento muito cruel, pois a única substância capaz de aliviar a dor, a morfina ou outro narcótico, tem também estes efeitos indesejáveis. Nos dias de hoje a própria Organização Mundial da Saúde tem aconselhado os médicos de todo o mundo que nestes casos, o uso contínuo de morfina é plenamente justificado.
Felizmente, são pouquíssimos os casos de dependência com estas drogas no Brasil, principalmente quando comparado com os problemas de outros países.
Entretanto, nada garante que esta situação não poderá modificar-se no futuro.
Fonte: Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas - CEBRID




LSD

EFEITOS

O LSD-25 produz uma série de distorções no funcionamento do cérebro, alterando as funções psíquicas, chamadas comumente de "alucinações". Tais alterações dependem muito da sensibilidade da pessoa, do seu estado de espírito no momento em que tomou a droga e do ambiente em que se deu a experiência.
As alucinações, tanto visuais quanto auditivas, podem trazer satisfação ("boa viagem") ou deixar a pessoa extremamente amedrontada ("má viagem"). Outro efeito do LSD-25 são os delírios, juízos falsos da realidade, isto é, a incapacidade de avaliá-la corretamente, o que pode desencadear estados psicóticos como pânico e sensações paranóicas.
O LSD-25 também produz efeito no restante do corpo. A pulsação pode ficar mais acelerada e as pupilas dilatadas, além de ocorrer sudorese em excesso e um estado de excitação. Não leva comumente a estado de dependência e não há descrição de síndrome de abstinência. A tolerância desenvolve-se muito rapidamente, mas desaparece em pouco tempo com a interrupção do uso.
O maior perigo do LSD-25 está no fato de que, pela perturbação psíquica, há perda da habilidade de percepção das situações comuns de perigo. Há descrições de casos de comportamento violento e de pessoas que, após tomarem o LSD-25, passaram a apresentar, por longos períodos, depressão ou mesmo acessos psicóticos.
O flashback é uma variante dos efeitos a longo prazo - semanas ou até meses após a utilização do LSD, a pessoa passa, repentinamente, a ter todos os sintomas psíquicos daquela experiência anterior, sem ter tomado de novo a droga.

ORIGEM

O LSD-25 (abreviação de Dietilamida do Ácido Lisérgico), é uma substância sintética fabricada em laboratório. Foi descoberto em 1943 pelo cientista suíço Albert Hoffman, que estudava alcalóides (substâncias encontradas nos vegetais) extraídos de fungos que atacam o centeio e cereais. Hoffman pesquisava especificamente os alcalóides da ergotina, sobretudo a Dietilamida do Ácido Lisérgico, substância que ele próprio, cinco anos antes, havia composto a partir da associação experimental da Dietilamida do Ácido Lisérgico-25.
Seu interesse pela ergotina baseava-se numa expectativa gerada desde a Idade Média, a propósito de uma peste que era conhecida, pela excessiva ardência que provocava na pele, como "fogo sagrado" ou "fogo de Santo Antão" - causada pelo contato direto com o ergot, um fungo que comumente cresce atado à planta do centeio. Essa substância foi ingerida acidentalmente pelo cientista, ao aspirar uma pequena quantidade do fungo em pó, num descuido de laboratório. Os efeitos foram ao mesmo tempo assustadores e intrigantes - houve distorções visuais, perceptivas e alucinações.
Hoffman descreveu sua experiência com riqueza de detalhes: "Os objetos e o aspecto dos meus colegas de laboratório pareciam sofrer mudanças ópticas. Não conseguindo me concentrar em meu trabalho, num estado de sonambulismo, fui para casa, onde uma vontade irresistível de me deitar apoderou-se de mim. Fechei as cortinas do quarto e imediatamente caí em um estado mental peculiar semelhante à embriaguez, mas caracterizado por uma imaginação exagerada. Com os olhos fechados, figuras fantásticas de extraordinária plasticidade e coloração surgiram diante de meus olhos".
Mas foi somente em 1960 que apareceram os primeiros relatos do uso recreativo do LSD-25. Em 1968, o LSD-25 foi proibido, mas continuou sendo produzido em laboratórios clandestinos. Normalmente, o LSD-25 é encontrado em minúsculos pedaços de papel, "selos" embebidos da substância.

TEMPO FORA DA MENTE

Você sabe o que é acordar depois de um sonho agitado e não saber onde está?
Ter uma alucinação significa o experimentar um acontecimento ou objecto que parece real mas é uma ilusão; é muito semelhante a Ter um sonho bem vívido ou um pesadelo, estando acordado.
"Alucinogénio" é um termo utilizado para descrever um grupo de drogas que podem produzir alucinações no utilizador. Trata-se de distorções mentais da realidade.
Conquanto as grandes alucinações não sejam comuns entre os utilizadores destas drogas, o mundo real é frequentemente distorcido e experiências vulgares assumem aspectos estranhos, por vezes de sinistras dimensões.
As alterações químicas que estas drogas provocam no cérebro, levam a um mundo de conhecimento interno, para além de sensações normais.
O "viajar" fora da mente, desta forma, passou a ser conhecido por "fazer uma viagem" (uma trip). De facto a viagem é ilusória. Não leva a lado nenhum e, com o uso frequente, pode impedir substancialmente, o desenvolvimento integral dos poderes imaginativos e criativos da pessoa.

Alucinogéneos. O que são?

Muitas espécies de plantas contém naturalmente substâncias com propriedades alucinogénias. Por exemplo: a beladona, meimendro, a mandrágora, a noz moscada e certos membros da família das batatas. Outros alucinogénios são inteiramente sintéticos, sendo produzidos em laboratórios. Neste opúsculo consideramos três drogas utilizadas em Portugal: LSD, ECSTASY e COGUMELOS MÀG ICOS. O cannabis possui propriedades alucinogénias.

Saindo da tua mente

Como actuam os alucinogéneos?

O cérebro tem mecanismos de filtragem que ajudam a distinguir o que é real daquilo que é imaginário. Os alucinogéneos interferem neste sistema de filtragem e, aquilo que é familiar distorce-se por formas curiosas, fascinantes ou aterradoras.
Os efeitos de alteração da mente, destas drogas podem causar coisas muito estranhas, tais como: "cheirar" cores ou "saborear" odores; os detalhes mais triviais assumem uma importância desproporcionada e, coisas que são realmente importantes para o bem estar pessoal e social, são ignoradas. Tudo isto pode parecer uma experiência muito interessante mas, agir sob informação errónea, pode fazer perigar o utilizador e os outros.
Imagine tentar conduzir um carro com os comandos misturados. Quando você vira o volante, as luzes acendem-se; quando faz uma mudança, abrem-se as portas e, quando trava, toca a buzina! É isso mesmo o que os alucinogéneos fazem: eles misturam os caminhos entre os sentidos e o cérebro, como se todos os comandos estivessem mal ligados. Nada é o que parece!

LSD – LYSERGIC ACID DIETHYLAMIDE

Como é que tudo começou? A comunicação social retractou os anos sessenta como a época de manifestações de estudantes, o "poder da flor" e das drogas psicotrópicas, incluindo o ácido ( LSD).
O LSD faz parte duma grande família de drogas. Em si mesmo o LSD foi descoberto em 1943 por um químico suíço, Albert Hofmann. Ele andava pesquisando no sentido de encontrar uma nova droga estimulante para fins terapêuticos. O trabalho de Hofmann baseava-se no Ergot, um fungo parasita que cresce no azevém (erva castelhana).
Na 25ª, duma série de experiências utilizando o ácido lisérgico o cientista, engoliu acidentalmente uma pequeníssima porção da mistura. Ele teve a primeira "trip" de "ácido" da História ...."na ultima 6ªfeira, 16 de Abril, a meio da tarde, fui forçado a interromper o meu trabalho no laboratório, e ir para casa, afectado como estava por uma notável agitação, combinada com uma ligeira tontura. Em casa deitei-me e mergulhei num estado, semelhante a uma intoxicação, mas não desagradável, caracterizada por uma imaginação extremamente estimulada. Numa situação semelhante a uma um sonho, com os olhos fechados, passou perante mim uma corrente interminável de figuras fantásticas, formas extraordinárias, com uma intensa gama de cores, como um caleidoscópio. Passadas duas horas aquele estado desvaneceu-se".

O USO DO LSD

A opinião médica acerca da utilidade do LSD dividiu-se. nos anos 50, em Inglaterra, o LSD foi utilizado no tratamento do alcoolismo e outras dependências, e ainda para aliviar outras dores em casos de doença terminal. Foi também utilizada no tratamento de psicose. A fim de se afastar da ligação com as doenças mentais foi achado um novo nome para descrever a família do LSD – drogas psicadélicas. Agora a fuga da realidade estava mascarada de "amor, luz e beleza". Os perigos do LSD foram minimizados.
Um lado mais "escuro" do uso da droga foi a sua utilização para "lavagens ao cérebro" por parte das forças de segurança dos E.U.A.

O QUE É QUE O LSD PROVOCA NUMA PESSOA?

Usando uma régua, meça 1,5 milímetros quadrados de papel de escrever comum. Isto pesará aproximadamente 120 microgramas – o tamanho da dose necessária para poder experimentar por inteiro os efeitos de uma "viagem" de LSD.
Contudo, uma solução do produto contendo apenas um único micrograma derramada sobre um pedacinho de papel mata- borrão, já é suficiente para uma experiência psicadélica.
A percepção começará a alterar-se após aproximadamente 40 minutos. A experiência irá aumentando gradualmente de intensidade atingindo um "pico" e depois irá desaparecendo ao longo de um período de várias horas. Ainda mais do que outras drogas, o tipo de experiência com o LSD dependerá de um certo número de factores, nomeadamente:
· Tamanho e qualidade da dose
· As expectativas do utilizador
· Estado mental e físico
· Circunstâncias e companhias
As experiências com o Ácido são arriscadas. Quem tenha problemas emocionais, ou falta de integração de personalidade, tem tendência a ter "viagens" particularmente más. De facto, tanto as "boas" como as "más" experiências podem ocorrer ao mesmo tempo.
As possíveis consequências do consumo, a longo prazo, serão particularmente severas nas pessoas com problemas reais ou potenciais de instabilidade mental.

RETROSPECTIVA - "FLASHBACK"

Um fenómeno curioso que pode seguir-se a uma "viagem" é conhecido como "FLASHBACK", que consiste no vívido reviver de uma "viagem" meses depois da última utilização da droga.
Alguém que seja emocionalmente instável ou esteja sob stress intenso, pode interpretar o "flashback" como um sinal de loucura. Pelo menos deixa sentimentos de desorientação e medo.

TOLERÂNCIA

Tolerância é o grau a que o corpo vai aumentando a sua resistência ao efeito da droga. Isso sucede rapidamente no caso do LSD.
Assim, depois de aumentar o tamanho da dose durante três ou quatro dias, o corpo ajusta-se e o efeito psicadélico já não se verifica. O risco de dependência física é baixo no caso do LSD, apesar de alguns utilizadores desenvolverem dependência psicológica.

" ACID HOUSE" E O ECSTASY

"Acid house" é uma repetição frenética da experiência psicadélica dos anos 60. Tendo origem nos mais famosos clubes londrinos, baseiam-se numa certa mistura de ritmos musicais europeus e musica sintetizada.
Neste contexto, a droga manufacturada, Metilene Dioximentamfetamina (MDMA) atingiu considerável notoriedade, também em Portugal.
Conhecida como Ecstasy, Adam ou XTC, é um estimulante com propriedades alucinogénicas. O seu uso aumenta nas consciências quimicamente alteradas, os efeitos ao dançar em espaços a abarrotar, ao som de ritmos hipnóticos a todo o volume e efeitos especiais de iluminação. Um Disco Joker "Acid House" comentou "È uma droga estúpida... faz as pessoas a fazerem coisas estúpidas".
O MDMA pertence à família do Metilene Dioxiamfetamina (MDA). Foi sintetizado pela primeira vez em 1910 e entrou ao mercado em 1940 como remédio para a tosse. Como droga ilegal, o MDA ficou conhecida como a droga do "amor" porque era suposto produzir aproximação emocional entre as pessoas. Esta reputação acompanhou o Ecstasy por vezes referido como "carinhos químicos". Isto é perigosamente enganador pois os sentimentos resultantes da acção de químicos não são nem autênticos nem duradouros.

USANDO ECSTASY

Uma só dose de MDMA pode produzir os seguintes sintomas:

· Dilatação das pupilas e rigidez dos músculos do maxilar.
· Boca e garganta secas, acompanhados de náuseas e transpiração.
· Um aumento da tensão arterial e aceleração do ritmo cardíaco.
· Perda de coordenação (o que torna a condução extremamente perigosa).

Depois de uma experiência com MDMA, o utilizador pode sofrer de fadiga e depressão, durante um período de vários dias. Estes sintomas agravar-se-ão com o uso regular.
Um dos maiores perigos do uso do Ecstasy é que dentro da família MDA há um certo número de drogas bastante mais fortes e perigosas, havendo o risco de serem confundidas.
Se você usa quaisquer substâncias ilícitas, existe um risco inerente pois não tem qualquer garantia acerca do conteúdo ou qualidade do que lhe possa ser oferecido.

ESTATUTO LEGAL

Perante a lei, o LSD, MDA e ECSTASY, são todos considerados drogas. A posse e tráfico são severamente punidos.
COGUMELOS MÁGICOS
Através da História, muitas tribos e civilizações tem cultivado fungos, incluindo cogumelos, pelas suas propriedades curativas e alucinógenas. O seu uso também foi incorporado em rituais religiosos a fim de criar atmosferas míticas artificiais. Existem dois tipos principais.
FLY AGARIC (Amanita muscaria)
O nome destas espécies de cogumelos deriva do facto de conterem um insecticida natural que mata as moscas. As variedades inglesas têm um "chapéu" vermelho pintalgado e de pele enrugada. Só um perito é capaz de destinguir a diferença entre o "fly agaric" e os seus primos mais perigosos que podem ser mortais. Os sintomas de envenenamento dessas outras variedades podem só vir a manifestar-se dez ou mais horas após a ingestão, e manifestam-se como delírio, convulsões, coma profundo e morte por paragem cardíaca.
Cerca de meia depois da ingestão do "fly agaric" começam a manifestarem-se alguns sinais físicos, que podem incluir vertigens, nervosismo, boca seca, diarreia, náusea e vómitos. Segue-se um sono leve e sonhos agitados. Depois de acordar o utilizador aperceber-se-à das coisas de uma maneira diferente. Pode verificar-se uma sensação de bem estar e excitamento, acompanhada de uma completa auto-abbsorção.
Lembre-se: Os cogumelos Amanita variam grandemente no seu aspecto! Existe um grande risco de colher uma espécie venenosa.

LIBERTY CAP (O "BARRETE FRÍGIO") . (PSILOCYBE SEMILANCEATA)

Este cogumelo contém uma substância chamada psilocibina que desde há muitos séculos tem sido utilizada por tribos da América Central, para fins ocultos.
Entre os efeitos de alteração da mente produzidos pela Liberty Cap, encontram-se:
· Vívidas pseudo- alucinações visuais (que o utilizador julga serem irreais
· Confusão dos sentidos (assim: as cores são "cheiradas" e os sons são "vistos").
· Alteração na percepção do espaço e do tempo (por exemplo, minutos parecem horas).
· Os utilizadores poderão sentir que estão passando por uma profunda experiência mística, religiosa ou "cósmica".
Por vezes estas experiências podem originar um terror intenso, e de uma má "viagem" podem resultar tais como:
· Confusão e desorientação
· Receio de não existência, ou desintegração
· Paranóia.
· Agitação violenta, depressão e pânico.
É ilegal esmagar cogumelos contendo psilocibina ou com eles fazer qualquer espécie de mistura.
Confundir o "Liberty Cap" com uma das espécies similares pode provocar doença grave – que pode ser fatal!

UMA VIAGEM A LADO NENHUM

O Ácido e o Ecstasy são frequentemente consumidos em festas onde as pessoas bebem descontroladamente. Misturar álcool com outras drogas é extremamente perigoso devido aos efeitos imprevisíveis que pode ter sobre o corpo.
"Tempo fora da mente numa viagem para lado nenhum" é como tem sido descrito o uso de alucinógeneos. Numa última análise, o seu uso é uma opção pessoal mas se você esteve bebendo, então, sob os efeitos desenibidores do álcool, não estará em condições de fazer uma escolha racional.
Muitas vezes a vida é cheia de problemas, assustadora e infeliz. Mas não é uma "viagem" fora da tua mente provocada pelo LSD, álcool ou qualquer outra droga que te vai resolver os problemas. Uma viagem muito mais recompensadora consiste em confrontarmos os nossos medos e, com ajuda, explorar o mundo real, através dum estilo de vida positivo e livre de drogas.

PARA MEDITAR E DISCUTIR

1. Porque é que pensa que as pessoas começam a consumir drogas? Por uma pobre auto-imagem, por pressões de grupo, falta de relacionamentos saudáveis, por falta de capacidade na tomada de decisões, por se sentir ferido, rejeitado, falta de informação sobre as drogas, etc. Considere formas de responder a estas necessidades sem recorrer ao álcool ou outras drogas.
2. Todas as pessoas com um problema de álcool foram em tempos bebedores moderados... todo o viciado na droga foi em tempos um utilizador ocasional. O que é que isto significa para os que são agora utilizadores ocasionais?
3. Porque é que as pessoas pensam que, para se divertirem numa festa, têm que tomar álcool ou outras drogas?
4. Como é que você pode ajudar outras pessoas a fazerem escolhas sensatas acerca do uso de drogas? Se elas querem abandonar um grupo consumidor de drogas, o que é que devem fazer e para onde é que se devem dirigir?

ALGUNS PROJECTOS

1. O Ácido e o Ecstasy são alucinogéneos. Descubra que outros tipos de drogas existem e quais os seus efeitos.
2. Escreva e represente um "drama" retractando como alguém pode tornar-se dependente de drogas ilegais.(A pergunta 2 dá algumas ideias).
3. Faça um programa para um grupo de jovens, enfatizando a atracção de uma vida positiva, saudável, livre de drogas.
4. Faça um livro de recortes de jornais locais e nacionais relatando os casos de abuso de drogas (incluindo o álcool). Quais são as drogas que obtêm maior cobertura? Porquê?

NUMA EMERGÊNCIA

Se alguém tomou uma overdose e você o encontrar estonteado ou inconsciente, eis o que fazer:
· Assegure-se que a pessoa recebe ar fresco.
· Vire-a de lado e tente não a deixar desacompanhada para caso de inalar o seu próprio vómito.
· Ligue imediatamente para um médico ou chame uma ambulância.
· Recolha quaisquer pós, comprimidos ou qualquer outra coisa que, em seu entender, possa Ter sido utilizado para tomar a droga. Leve esses objetos ao Hospital para que o médico os examine. Esteja preparado para a oportunidade de falar sobre o assunto, ouvir e encorajar o utilizador a aceitar auxilio.

Arquivo X

Arquivo X - “CONFIDENCIAL “
Descobrindo o ESCTASY e o perfil dos seus usuários
Introdução A MDMA (3,4-metilenodioximetanfetamina), principal substância do ecstasy, foi sintetizada e patenteada em 1914, na Alemanha, pela empresa farmacêutica MERCK. O propósito dessa síntese é um tanto polêmico: segundo afirmam alguns estudos, a finalidade era a de desenvolver com a MDMA um moderador de apetite (BAPTISTA et al, 2002). Porém, outros autores apresentam uma segunda hipótese, não menos verossímil, que afirma que durante o processo de síntese de um medicamento anti-hemorrágico, os pesquisadores da MERCK chegaram, em uma etapa intermediária, à síntese da MDMA (HOLLAND, 2001). É unânime, no entanto, o fim que essa molécula teve anos depois: em função da sua baixa utilidade clínica e do advento da primeira guerra mundial, os estudos com essa substância foram abandonados temporariamente. Na década de 60, em meio à geração psicodélica, ao movimento hippie e a Guerra do Vietnã, o químico e farmacêutico americano Alexander Shulgin conduziu experimentos com a MDMA, trazendo a substância de volta à cena (SHULGIN & SHULGIN, 1991). Após entrar em contato com a MDMA, Shulgin sugeriu que essa substância pudesse ser utilizada como auxiliar psicoterapêutico. Na década de 70, surgiu um uso da droga como um adjunto do processo psicoterapêutico (PENTNEY, 2001). Psicoterapeutas americanos alegavam que a substância auxiliava na psicoterapia, favorecendo a derrubada de barreiras psicológicas, promovendo assim uma melhor comunicação e vínculo terapeuta-paciente, sem deixar o paciente vulnerável (MILROY, 1999). Contudo, tais observações foram levantadas tendo como base o empirismo, na medida em que não havia na época e não há nos dias de hoje estudos científicos contendo rigor metodológico que confirmem tais suspeitas (HOLLAND, 2001). Paralelo ao uso da MDMA dentro de um setting terapêutico cresceu nos EUA entre os jovens universitários o uso recreativo do ecstasy, nome dado à droga pelos seus usuários (MILROY, 1999). Temendo a popularização do uso da droga, a Drug Enforcement Agency decidiu, em 1985, incluir a MDMA na lista das substâncias proibidas, a chamada Schedule I, medida esta que logo foi seguida pela OMS (Organização Mundial de Saúde), a qual passou a considerar a MDMA como droga de restrição internacional (HOLLAND, 2001). Entre os anos de 1987 e 1988, surgiu em Ibiza, na Espanha, a cena musical e cultural que originou a cena eletrônica. Juntamente com esse novo conceito musical, reapareceu a MDMA. Da pequena ilha de Ibiza a droga seguiu para o Reino Unido e para o restante da Europa (MILROY, 1999). Na década de 90, chegaram as primeiras remessas consideráveis de ecstasy no Brasil, vindas para São Paulo diretas de Amsterdã (BAPTISTA et al, 2002). Desde então, o fenômeno tem sofrido crescente visibilidade, alertando as autoridades competentes. Dados epidemiológicos Os principais estudos epidemiológicos brasileiros não acusam o uso de ecstasy em nossa população (BAPTISTA et al, 2002). A carência de dados contrasta com indícios extra-oficiais (relatos informais de uso da droga, apreensões por parte da polícia e cobertura da mídia) de uma popularização do uso recreativo da droga em alguns segmentos de nossa sociedade, especialmente em grandes centros urbanos. Especula-se que, nos últimos anos, o consumo da droga tenha deixado de ser exclusivo das classes mais privilegiadas da sociedade, "caindo na boca" da classe média. Perfil de usuário e padrão de consumo da droga O preço de um comprimido de ecstasy varia de R$30 a R$50 (COSTA, 2004). Almeida (2000) e Baptista (2002) obtiveram amostras de usuários de ecstasy formadas por jovens adultos, na maioria de classe média e média alta, inseridos no mercado de trabalho e com boa escolaridade. Esses sujeitos eram quase que em sua totalidade poliusuários de drogas. O uso de ecstasy pode variar de um padrão de consumo indefinido, com a ingestão de 0,5 a 1,0 comprimido por noitada até a uso de 6 ou mais comprimidos a cada final de semana. O consumo dessa droga, inicialmente associado exclusivamente com a cena eletrônica, nos últimos anos sofreu ampliação e migrou para outros contextos fora das raves e clubes noturnos (BAPTISTA et al, 2002). Composição dos comprimidos de Ecstasy O ecstasy é comercializado na forma de comprimidos, em cápsulas ou em pó (COSTA, 2004). Diversos outros nomes populares também vêm sendo utilizados, como MDMA, E, bala e pastilha (COSTA, 2004). Lapachinske e colegas (2004) analisaram 25 lotes apreendidos como sendo ecstasy, entre os anos de 1996 e 2001. Desse total, 21 apresentaram em sua composição apenas MDMA. Nos demais lotes, foram encontrados somados à MDMA, metanfetamina, anfetamina, MDEA e cafeína. Esses dados confirmam que o ecstasy é uma droga de várias fórmulas. Farmacocinética da MDMA A 3,4 metilenodioximetanfetamina é um derivado anfetamínico, com estrutura química do tipo feniletilamina (COSTA, 2004). O uso recreativo dessa substância costuma ser feito com doses que variam entre 75-150 mg, podendo haver doses subseqüentes horas após o uso. Os efeitos dessa substância duram de 5 a 6 horas, em média (FERIGOLO et al, 1998). Logo após a ingestão da droga, a MDMA distribui-se amplamente pelos diversos tecidos do organismo, cruzando a barreira hemato-encefálica. A sua metabolização é principalmente hepática e sua eliminação ocorre através dos rins (FERIGOLO et al, 1998). Mecanismo de ação da MDMA A MDMA atua no SNC em diferentes sistemas de neurotransmissão, caracterizando um complexo espectro de atividades. As vias serotonérgicas, dopaminérgicas e noradrenérgicas sofrem ação dessa droga, mas a interação mais proeminente envolve o sistema serotonérgico (HOLLAND, 2001). Essa substância atua na via serotonérgica, estimulando a liberação e inibindo a recaptação de 5-HT. A MDMA age também no neurônio pós-sináptico como agonista dos receptores serotonérgicos 5-HT2a. Há também uma ação da droga sobre os receptores adrenérgicos 2. Ademais, a MDMA aumenta a liberação de dopamina na vesícula pós-sináptica do neurônio. (FERIGOLO et al, 1998). Efeitos físicos e psíquicos A MDMA desperta em seus usuários uma ampla gama de efeitos tais como: diminuição das defesas psicológicas e melhora das relações pessoais, sensação de bem-estar e melhora da percepção musical (ALMEIDA, 2000). A - Efeitos agudosOs seus efeitos mais marcantes são a sensação de melhora nas relações interpessoais, o desejo de se comunicar, melhora na percepção musical e um aumento na acuidade para cores. A MDMA promove também uma melhora na auto-estima do usuário, diminuição do apetite, dilatação da pupila, taquicardia, aumento da temperatura do corpo, bruxismo e um aumento na secreção do hormônio antidiurético (COSTA, 2004). B - Efeitos residuaisMuitos usuários relatam ter um episódio depressivo no período pós-uso do ecstasy (CURRAN & TRAVILL, 1997). Este efeito se deve ao esgotamento da função serotonérgica, que ocorre horas após o uso da droga. Fadiga e insônia também são efeitos relatados pelos usuários, os quais sofrem uma diminuição no tempo total de sono não-REM, com um destaque para uma perda, em média, de 37 minutos de sono da fase 02 (MORGAN, 2000). C - Principais complicações decorrentes do usoDentre os principais problemas desencadeados pelo uso da droga, estão o desencadeamento de doenças psiquiátricas como síndrome do pânico e depressão (CURRAN & TRAVILL, 1997). Somadas a estas psicopatologias, há importantes perdas de memória e atenção (CURRAN & TRAVILL, 1997). Essa ação é dose-dependente (MORGAN, 2000). Estudos experimentais mostram que o uso de ecstasy aumenta também a destruição de neurônios serotonérgicos por, possivelmente, uma ação oxidativa (HOLLAND, 2001). O uso agudo de ecstasy provoca aumento significativo da temperatura corpórea, que pode atingir até mais de 42 graus (hipertermia fulminante). Um outro quadro alarmante é o de intoxicação por água e, conseqüente, morte (MILROY, 1999). Ademais, a ingestão excessiva de água pode acarretar hiponatremia, queda nos níveis de cálcio e potássio presentes na corrente sangüínea (COSTA, 2004). O ecstasy causa disfunção no sistema imunológico, sendo, assim, comum entre os usuários habituais da droga o surgimento de gripe ou resistência imunológica baixa após a noitada (PACIFICI et al, 1999). Medidas preventivas Tendo em vista a crescente visibilidade no consumo de ecstasy, medidas preventivas se fazem necessárias a fim de dar cabo da questão.FALCK et al (2003) analisou uma amostra de 304 usuários de ecstasy da região de Ohio, Estados Unidos, naquilo que concerne às maneiras pelas quais eram obtidas informações sobre o ecstasy. As fontes mais importantes de informação sobre a MDMA citadas foram amigos e colegas, sites de ONGs na internet e os programas de televisão do tipo MTV. Com relação às fontes consideradas como sendo mais confiáveis quanto à qualidade da informação disponibilizada, novamente em primeiro lugar foram citados amigos e colegas; em seguida, a informação transmitida por programas de tratamento de problemas relacionadas ao uso de drogas; e por fim os dados obtidos com médicos. Esses dados sugerem que a informação transmitida por amigos e pares e pela internet possui grande impacto entre os usuários de ecstasy, sendo, desse modo, de crucial importância na implementação de programas preventivos ao uso dessa droga.

Pesquisa:

Next Generation Mission
Capelão Sergio Abreu
Deus é fiel


Fonte

Murilo Campos Battisti
Psicólogo. Formado pela Universidade de São Paulo (1999). Mestre em Ciências da Saúde pelo Departamento de Psicobiologia da Unifesp (2002). Pesquisador pelo Departamento de Psicobiologia da Unifesp. Experiência clínica como psicólogo pelo Programa de Orientação e Assistência ao Dependente (PROAD) da Unifesp (2004-2005), pela Clínica Maia (2004-2005) e pela Unidade de Dependência de Drogas (UDED) da Unifesp (1999).

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A Next Generation Mission é um programa interdenominacional direcionado a EDUCAÇÃO e CULTURA da FAMÍLIA. Através do ministério da Valorização da Vida, a Next Generation Mission desenvolve seu trabalho nas seguintes áreas:1.- EDUCAÇÃO:Palestras e Consultoria na Prevenção ao Uso e Abuso das Drogas2.- CULTURA:Teatro e Consultoria na Arte Dramática*Por Que do Nosso Trabalho:A Economia das DrogasDa Bolsa de Valores de New York,Londrese Tòquioas plantanções da PAPOULA na Ásia e da COCA na América Latina, o tráfico internacional de DROGAS movimenta anualmente cerca de US$ 300,00 Bilhões de dólares. O intricado caminho das rotas do narcotráfico e a análise deste sofisticado mercado clandestino foram desvendados por um relatório daORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), concluído em 1995 e divulgado no Brasil em 1996.Em cinquoenta (50) páginas, Especialistas do Programa das Nações Unidas para o Controle de Drogas Ilícitas (UNCDP) mostram a virtiginosa escalada do preço das drogas desde os mercados produtores até o consumidor final, que transforma o NARCOTRÁFICO num dos negócios mais rentáveis do fim do século. O volume de dólares gerado entre o processamento da matéria prima, o transporte ilegal, a corrupção e a venda faz a indústria da droga superar ramo0s bilionários como o petroquímico e o de alimentos. A maconha é uma excessão no circuítuo do NARCOTRÁFICO. No mercado mundial de Drogas, a comercialização da maconha movimenta US$ 30,00 Bilhões anuais, segundo o relatório da ONU. Desse total, US$ 9 Bilhões são gerados pelo Mercado Americano. Na onda das Drogas Sintéticas ainda não se expressa de forma contundente nas cifras do NARCOTRÁFICO. A estimativa da ONU é de que negócios com Drogas como LSD, Ecstasy e Anfetaminas girem em torno de US$ 20,00 Bilhões anuais, menos de 10% do valor global do Tráfico Internacional. No Mercado Global, a distribuição dos lucros favorece os países do primeiro mundo, os grandes consumidores de COCAÍNA e HEROÍNA. Apenas 10% do montante negociado em todo o processo permanece nas regiões produtoras. Enquanto um boliviano vende um (1) kg de COCAÍNA por US$ 1,5 mil, nos Estados Unidos o traficante repassa o mesmo produto por até US$ 45 mil e na Europa por até US$ 70 mil. O relatório da ONU, faz tambem um alerta aos países para o alto custo social e econômico do Tráfico de Entorpecentes. O estudo estima que o Governo Americano vem gastando cerca de US$ 70 Bilhões por ano, o equivalente a 1,3% do seu PIB, pra correr atrás do prejuizo causado pelo tráfico e pelo vício. Portanto, "INVISTIR EM POLÍTICAS ANTI-DROGAS É IMPRENCINDÍVEL PARA OS GOVERNOS E SOCIEDADE EM GERAL, NÃO APENAS POR UMA QUESTÃO ÉTICA E MORAL, MAS POR QUESTÕES FINANCEIRAS, SAÚDE E ESPIRITUAL. A Next Generation Mission, realiza este trabalho porque acredita que esta missão é: * Para somar esforços no sentido de contribuir na Prevenção ao Uso e Abuso das Drogas e aumentar a qualidade de vida da FAMÍLIA.* Para contribuir para o desenvolvimento dos seres humanos que serão capazes de modificar a história através da EDUCAÇÃO ESPIRITUAL, SECULAR E CULTURAL.* Para direcionar a temática DROGAS, destacando a questão da dependência e seu quadro evolutivo.* AONDE E A QUEM:Para a sociedade em geral (Igrejas, Comunidades Brasileiras, Associações, Clubes de Serviço nos Estados Unidos da América, bem como, à Igrejas e Comunidades Americanas e Espanas). * Estarão Engajados no Plano de Ação: " PRÉ-ADOLECENTES, ADOLECENTES, JOVENS E ADULTOS"* NOSSA META: Contemplar o m'aximo possível de famílias brasileiras residentes nos Estados Unidos da América* POR QUE DE NOSSA META: Atualmente, pouco se tem realizado nas áreas educacional e cultural às famílias brasileiras residentes nos Estados Unidos da América. O imigrante brasileiro tem encontrado grande dificuldade em se adaptar à cultura americana. O idioma, a falta de documentos, a falta de programas de saúde, as questões financeiras, os parentes deixados no Brasil e tantos outros fatores são causas de diversostipos de problemas. Os programas oferecidos nas áreas sociais não tem atendido adquadamente as necessidades básicas do imigrante brasileiro. Sendo assim, apoiar a Next Generation Mission é imprenscendível pois o nosso programa vem de encontro com as necessidades do imigrante brasileiro, bem como, às necessidades deste país. O assunto DROGAS não possui fronteiras. Elas estão em todos os lugares. A nossa visão é moderna e o nosso objetivo é o de harmonizar o trabalho de Prevenção ao Uso e Abuso das Drogas juntamente com o trabalho Cultural através da Arte Dramática. Portanto, A EDUCAÇÃO ESPIRITUAL, SECULAR E CULTURAL É A BASE DA FORMAÇÃO DE UMA FAMÍLIA SOBERANA. PROVÉRBIOS 31:4-5 " Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte. Para que não bebam, e se esqueçam da lei, e pervertam o direito de todos os aflitos".